revista conexão de saberes
n.6 setembro 2021 - cidade alta, cidade baixa
Cada sociedade, a partir das relações sociais de produção, produz e reproduz seu próprio espaço. Logo, há temporalidade, historicidade nessa construção. Não cabe fatalismo nem determinismo, pois produzimos o espaço na medida em que reproduzimos a vida, nele. Cabe, aliás, heterotopias: a diversidade de utopias.
A cidade que vivemos hoje é a cidade do Capital. São espaços isotópicos, pois determinados pela produção e pelo lucro. E o Capital é branco, homem, cis, hetero e rico, por isso, também, isotópico.
A cidade do Capital não é plural, nem biodiversa. É a cidade produzida para circular mercadoria, e não gente, nem pássaros, nem água, só concreto e asfalto e poeira de câmbio de automóveis. Ela se alimenta da divisão entre campo-cidade-floresta.
Precisamos retomar o direito à cidade e o bem viver, fazer costuras e construir, dialeticamente, a partir do nosso lugar e das nossas necessidades. Não ceder às pressões neoliberais que criam signos de gentrificação urbana, especulando financeiramente em cima de cenários de desastres e das mudanças climáticas, causadas, aliás, pela mesma classe que lucra em cima da crise ecológica.
Precisamos, portanto, resgatar outras formas de se produzir o espaço que habitamos.
Neste volume da revista Conexão de Saberes, trazemos algumas reflexões sobre a cidade que queremos.
Plante a semente: espalhe a palavra!
Nessa edição você encontra:
- as cidades são feitas para mulheres?
- diálogos entre o direito à cidade e o bem viver na América Latina
- cidades resilientes é o novo selo
- geoinformação para um pacto digital urbano
...além de fotos e poesias